A deputada Sílvia Waiãpi (PL-AP), fez tal afirmação durante a CPI das ONGs, no último dia 1º de agosto
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A deputada Sílvia Waiãpi (PL-AP), fez tal afirmação durante a CPI das ONGs, no último dia 1º de agosto

A deputada Sílvia Waiãpi (PL-AP), afirmou durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs do dia 1º de agosto, que a empresa Magazine Luíza seria responsável por financiar a fome do povo Yanomami. Segundo a deputada, as ONGs fazem isso através da comercialização de cogumelos, que deixa os povos Yanomami sem alimento. Entretanto, a informação  é falsa .

O vídeo da fala da deputada circula nas redes sociais. Waiãpi diz: "O Magazine Luiza, a Magalu, vende cogumelo Yanomami, franqueia o cogumelo Yanomami e ajuda a financiar a fome dos indígenas Yanomami. [...] Povos Yanomami que não conseguem caçar, que não conseguem pescar, hoje estão sem o cogumelo Yanomami, sem o cogumelo sanöma”.

Entretanto, os cogumelos que são comercializados não são consumidos pelos indígenas. Trata-se de excedentes, segundo informa a Hutukara Associação Yanomami, organização que coordena o projeto. 

A Hutukara disse em nota que todas as transações comerciais possuem nota fiscal, e que o valor é revertido para os povos indígenas, sendo geralmente utilizado para adquirir bens essenciais. O Cogumelo Yanomami teve uma renda de R$ 534,2 mil entre 2018 e 2022, segundo informa a associação.

O Magazine Luiza informou que os Cogumelos Desidratados Yanomami são um oferecimento de uma empresa parceira no site. Além disso, o marketplace reforça que é um produto legal e registrado pela Hutukara Associação Yanomami no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O Instituto Socioambiental (ISA), que foi mencionado pela parlamentar na fala, disse apenas que presta apoio técnico para o projeto, e que não recebe qualquer lucro com a venda dos produtos. 

O projeto de venda de cogumelos é desenvolvido pela Hutukara Associação Yanomami, com apoio técnico do Instituto Socioambiental (ISA), desde 2017. A gestão da coleta, comercialização e beneficiamento é, entretanto, de responsabilidade dos povos originários, por meio do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da Terra Indígena Yanomami, criado em 2019. 

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