É falso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez pronunciamentos e se posicionou "pro Hamas" e "pró-terrorismo" .
Ele viajou para o país vizinho para comparecer a posse de Javier Milei. Seu filho "número dois", Eduardo Bolsonaro, o acompanhou na entrevista e traduziu partes da fala do pai para o espanhol.
O que disse Jair Bolsonaro
O radialista citou que Lula teve uma posição “pró-Palestina”, “pró-Hamas” e “pró-terrorismo” no conflito no Oriente Médio e perguntou qual a posição de Bolsonaro. O ex-presidente disse: “Sempre fui admirador do Estado de Israel (…). Nesse episódio, para você ver a enorme diferença entre mim e o Lula, eu sempre estive do lado de Israel”.
Bolsonaro disse ainda que Lula “não admite tratar o Hamas como [um grupo] terrorista”.
Questionado se considera Lula “pró-terrorismo”, Bolsonaro respondeu que “sim”.
Lula falou três vezes sobre o assunto em outubro
No dia 20 de outubro , durante a cerimônia dos 20 anos do Bolsa Família, celebrada no Ministério do Desenvolvimento Social em que Lula participou por videoconferência naquela que representou sua primeira aparição pública desde que realizou cirurgias no quadril e nas pálpebras, ele falou sobre a guerra entre Israel e Hamas e deu a seguinte declaração:
"Hoje quando o programa [Bolsa Família] completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. "[Crianças] Que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e as matasse. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, que só querem viver, brincar, que não tiveram direito de ser crianças."
Na live semanal Conversa com o Presidente do dia 24 de outubro , Lula voltou a chamar os atos do Hamas de terrorista:
“Não é porque o hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes”, disse Lula durante a live, cometendo um erro ao dizer que “milhões” morreram. Segundo a Organização das Nações Unidas, o lado palestino teve 5,7 mil mortes, enquanto que o conflito vitimou 1,4 mil israelenses.
Três dias depois, em 27 de outubro
, dia do seu aniversário de 78 anos, o presidente retomou o assunto durante um encontro presencial com jornalistas, quando falou que a posição do Brasil é clara. O país segue as diretrizes do Conselho de Segurança da ONU, que não considera o Hamas um grupo terrorista, por ele ter disputado eleições e ganhado.
“A posição do Brasil é a mais clara e nítida possível. O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece, e o Hamas não é reconhecido pelo Conselho como organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou”, declarou Lula a jornalistas.
“O que nós dissemos é que o ato do Hamas foi terrorista. Dissemos isso em alto e bom som. Que não é possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma como eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois, porque, agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel, querendo acabar com a Faixa de Gaza, esquecendo que lá não tem só soldados do Hamas, mas mulheres e crianças, as grandes vítimas da guerra”, completou.