Circula nas redes sociais um suposto decreto presidencial brasileiro, que estaria doando R$ 25 milhões ao grupo Hamas, responsável pelos ataques a Israel no último sábado (07).
A publicação é acompanhada da seguinte legenda: "Hamas é o grupo terrorista que Lula doou R$ 25 milhões". Entretanto, a informação propagada no post é falsa
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Na realidade, o decreto anexado cita a Autoridade Nacional Palestina (ANP), um grupo rival do Hamas. A doação foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010, durante seu segundo mandato, para a reconstrução de Gaza.
A ANP é administrada pelo Fatah, um partido laico que é contra os ideais do Hamas, na Palestina. O dinheiro destinado em 2010 foi anunciado pelo então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em março de 2009. Na época, Amorim prometeu que o Brasil destinaria US$ 10 milhões à Palestina com o objetivo de reconstruir a Faixa de Gaza após um cessar-fogo entre Israel e o Hamas . O anúncio foi feito durante a conferência de arrecadação de fundos para os palestinos.
O Hamas não foi convidado na época para participar das negociações de arrecadação, e também declarou que não tinha interesse me controlar as doações. A ANP então assumiu o intermédio. Amorim explicou na época que o valor seria destinado "para um fundo administrado pelas Nações Unidas."
A proposta foi então enviada ao Congresso no final de 2009, e aprovada pelo Senado em julho de 2010, tornando a lei 12.292/2010. Ela foi sancionada por Lula na época.
No governo de Michel Temer (MDB), em janeiro de 2018, foi também aprovado, via medida provisória, o envio de R$ 792 mil para que fosse restaurado a Igreja da Natividade na Palestina, localizada na cidade de Belém, na Cisjordânia — território do partido Fatah.