Guilherme Boulos e Ricardo Nunes em debate da Band
reprodução tv band
Guilherme Boulos e Ricardo Nunes em debate da Band

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo , Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), participaram do primeiro debate do segundo turno das eleições nesta segunda-feira (14). O apagão que afeta a capital paulista desde a última semana foi o principal tema de troca de ataques entre os adversários.

Os candidatos também trocaram acusações descontextualizadas sobre temas como drogas, rachadinhas e corrupção.

O Portal iG checou algumas afirmações feitas por ambos os candidatos durante o debate da Band. Anteriormente, as informações já haviam sido checadas pelas agências Lupa e Aos Fatos. Confira:

Guilherme Boulos (PSOL)

“A gente teve um apagão [em São Paulo] há menos de 1 ano.”

A afirmação é verdadeira . Houve uma queda de energia na região de São Paulo em novembro de 2023 que afetou 1,4 milhões de moradores da capital. Ao todo, 2,1 milhões ficaram sem energia em 23 municípios.

Na época, Ricardo Nunes (MDB), foi amplamente criticado por ter ido à luta de UFC e à corrida de Fórmula 1, em São Paulo, no meio do caos climático.

“Rachadinha pra mim é crime, sendo do Janones ou do Flávio Bolsonaro”

A fala do candidato é contraditória . Apesar de se colocar como um opositor da "rachadinha", enquanto relator do processo disciplinar contra André Janones (Avante - MG) - acusado de integrar um esquema de desvio de salário de assessores para campanhas eleitorais -  Boulos recomendou o arquivamento da investigação.

Ao votar pelo arquivamento, o parlamentar disse que inexistia justa causa para o prosseguimento do caso no colegiado, por serem "fatos ocorridos antes do início do mandato" e que, por isso, “não há decoro parlamentar, se não havia mandato à época”. O deputado ainda disse que, nesse sentido, o Judiciário faria seu trabalho na investigação. “Cabe a nós, do Poder Legislativo, e mais especificamente, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, avaliar o caso dentro da competência que nos cabe", escreveu.

“Em São Paulo, ficou mais gente sem luz do que na Flórida com o furacão Milton."

Apesar de ter sido amplamente divulgada pela mídia nacional nos últimos dias, a comparação entre os fenômenos está incorreta . E o motivo para isso é que Boulos se baseou nos números divulgados no sábado, que apontavam 1,45 milhão de pessoas sem luz em SP e 1,35 milhão de pessoas sem energia na Flórida.

Vale lembrar que os estadunidenses já estavam desde quarta-feira (9) agindo contra os efeitos do furacão, enquanto na capital paulista a tempestade começou na sexta-feira (11), ou seja, um espaço menor de tempo para ação. 

Em nota ao Aos Fatos, a Power Outage apontou que a estimativa é que até 3,9 milhões de residências ficaram sem luz nos Estados Unidos por causa do fenômeno.

Ricardo Nunes

"Aumentei a área de cobertura vegetal de 48% para 54%."

A afirmação de Nunes é verdadeira.  Até a última versão do plano de metas de São Paulo, apresentada em junho de 2021, a capital tinha 48,18% de sua área verde. O objetivo era atingir 50% até o final de 2024  - meta cumprida e ultrapassada em 2023, quando a gestão de Nunes anunciou que a lcançou o marco de 54,13% de área com cobertura vegetal.

“A questão das mudanças climáticas é algo que tem impactado o mundo inteiro. A prefeitura de São Paulo tem uma Secretaria Especial de Mudanças Climáticas, uma inovação dentre tantos governos do mundo.”

A afirmação de Nunes é contraditória . Embora ele tenha assinado, em 2021, o decreto que criou a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas do município de São Paulo, o prefeito nomeou o advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um negacionista da emergência climática que afirmou não acreditar no aquecimento global, para assumir o cargo. 

Pinheiro Pedro ocupou o cargo de secretário executivo de Mudanças Climáticas entre 2021 e 2023. Além disso, ajudou a criar o programa ambiental do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - e chegou a dizer que o país não bateu o recorde de desmatamento em 2019, apesar dos dados apontarem o oposto.

No ano passado, em um fórum realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ex-secretário afirmou que o planeta Terra "se salva sozinho" do aquecimento global.

"O planeta não será salvo por nós, ninguém salva o planeta Terra. Geralmente ele se salva sozinho. Ele o faz há 4,3 bilhões de anos e muda o clima em todo esse período. Quando o planeta se salva, geralmente ele se livra do que está na superfície dele", disse Pinheiro Pedro. O vídeo com a fala do ex-secretário viralizou nas redes sociais dias depois e, como consequência, ele foi exonerado por Nunes em julho de 2023.

"[Liberação de drogas] está no Estatuto [do PSOL]."

A afirmação de Nunes é falsa . O Estatuto do PSOL não cita a questão de drogas ou entorpecentes em nenhum dos seus 120 artigos. O documento estabelece apenas as regras da legenda, com os objetivos da sigla, os direitos e deveres dos filiados.

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Participe do nosso  canal no WhatsApp e da nossa comunidade no Facebook .

checagem

Há alguma informação que você gostaria que o
serviço de checagem do iG verificasse?

Clique aqui para Enviar

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!