Estados Unidos não romperam relações com Brasil

Diálogos entre os países jamais foram cessados e ambos governos participam de diversas iniciativas conjuntas

Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden e o Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: redacao@odia.com.br (IG)
Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden e o Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva

São diversas as fake news que tentam disseminar a notícia falsa de que os Estados Unidos teriam rompido relações com o Brasil. No começo do atual governo, argumentavam isso por conta do resultado das eleições. Quando, na verdade, os EUA demonstraram atenção, cuidado e respeito com o processo eleitoral no nosso país. No dia 9 de janeiro, o presidente americano Joe Biden telefonou para o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o qual esteve em visita nos EUA no dia 10 de fevereiro. Inclusive foi Biden a reconhecer a vitória de Lula tão logo o segundo turno das eleições, em 30 de outubro, foi oficializado.

Na visita do presidente brasileiro aos EUA, Lula e Biden emitiram um importante comunicado conjunto. Na mensagem, eles se comprometeram a revitalizar o Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e Promoção da Igualdade (JAPER). Além disso, ambos presidentes também relançaram a Iniciativa Conjunta sobre Mudança do Clima estabelecida em 2015, que criou o Grupo de Trabalho de Alto Nível Brasil-EUA sobre Mudança do Clima (GTMC).

No começo de maio de 2023, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, desembarcou no Brasil. A razão da visita foi estreitar as relações bilaterais, superando as divergências em torno da guerra entre Rússia e Ucrânia. A diplomata foi recebida pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

A despeito das diferenças em diversas searas, Brasil e Estados Unidos mantêm relações amistosas há quase 200 anos, são duas grandes democracias do continente. O país foi o primeiro a reconhecer nossa independência. 

Ambos têm economias dinâmicas e diversificadas e convergência de valores e de interesses. Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados, além de investidores tradicionais no Brasil. As empresas brasileiras, por sua vez, têm investido cada vez mais nos EUA.

A interlocução entre os governos do Brasil e dos EUA nesses e em outros temas ocorre por meio de diversos mecanismos bilaterais. Entre os principais fóruns de coordenação entre Brasília e Washington, destacam-se:

  1. - Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos, integrando Ministério de Minas e Energia, Itamaraty e Departamento de Energia americano;
  2. - Diálogo Comercial Brasil–Estados Unidos, integrando Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e Departamento de Comércio americano;
  3. - Comitê Consultivo Agrícola, integrando Ministério da Agricultura e Pecuária e Departamento de Agricultura americano; e
  4. - Fórum de Altos Executivos Brasil–Estados Unidos (CEO Fórum), integrando Ministério da Fazenda, a Casa Civil junto com o Departamento de Comércio americano e a Casa Branca. 

Entre visitas de alto nível (entre os primeiros e segundos escalões de ambos governos), contatos telefônicos e reuniões de mecanismos bilaterais, contam-se mais de 60 compromissos, considerando os já realizados, desde 01/01/2023.

Na reunião de líderes do Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF), organizada no dia 20 de abril, com participação do senhor Presidente da República, a Casa Branca anunciou que o presidente Biden requererá ao Congresso dos EUA a doação de US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, com o compromisso do Brasil em eliminar o desmatamento em 2030, e que convidará os outros participantes a também fazerem doações ao Fundo.

Cerca de 1,9 milhão de brasileiros vivem nos EUA, segundo estimativas das repartições consulares brasileiras naquele país. Trata-se do maior contingente de brasileiros no exterior. O Brasil mantém 11 consulados-gerais nos EUA, sua maior rede consular em outro país.  

Fonte:  SECOM